Há exatos três anos, no dia 1º de maio, o servidor Arnaldo teve sua vida brutalmente interrompida por uma agressão cometida dentro de uma unidade da Fundação CASA. A data, que deveria ser símbolo de celebração e luta da classe trabalhadora, tornou-se também um marco de dor e revolta para todos nós, trabalhadores e trabalhadoras da socioeducação.
Arnaldo foi vítima da violência que há anos denunciamos: a insegurança nas unidades, o abandono institucional e a ausência de políticas públicas que garantam condições mínimas de trabalho e proteção aos servidores. Sua morte não foi uma tragédia isolada — foi o resultado direto de um sistema que insiste em tratar a socioeducação com descaso, improviso e autoritarismo.
Passados três anos, nenhuma medida estrutural foi tomada para evitar que outras tragédias como essa se repitam. Seguimos enfrentando agressões, sobrecarga, falta de pessoal e, agora, a ameaça da privatização, que só tende a aprofundar o desmonte do serviço público e a precarização das nossas vidas.
Mas se o Estado escolheu o silêncio, nós escolhemos a memória e a luta. Arnaldo vive em cada trabalhador que resiste, que exige respeito, que se recusa a aceitar a normalização da violência. Ele vive na força da nossa mobilização, na coragem de denunciar e na esperança de construir um sistema socioeducativo digno para quem trabalha e para quem é atendido.
O SITSESP cobra justiça, exige políticas reais de proteção aos servidores e reafirma seu compromisso com a valorização da vida e do trabalho na socioeducação.
Porque a dor se transforma em luta.
E a luta, um dia, há de transformar o mundo.
SITSESP – Sindicato dos Servidores da Socioeducação do Estado de São Paulo